Nos tempos da escola
em meio a uma aula de ciências,
descobri o sentido da vida.
Dali em diante cada detalhe
se tornava surpreendente:
um piscar de olhos, uma gota d'água,
a forma das flores, a diversidade da vida,
o pulsar do coração, o soprar do vento,
etc., etc.
Descobrir o sentido da vida
trouxe-me um outro olhar.
Tudo era mais colorido,
mais interessante.
Pude sentir o sabor da vida.
Um sabor sofisticado: ora doce,
ora amargo, um pouquinho azedo
e depois salgado.
Algum tempo depois
descobri o DNA
era só o que faltava
para eu me apaixonar.
De algum jeito eu sabia
que toda aquela complexidade
tinha algo a me ensinar.
Além do sentido da vida
descobri que
para que a vida
continue
a fazer sentido
é preciso duplicar,
mas também se soltar,
se desprender de algumas partes,
daquelas que precisam ir .
Partes só por um instante,
pois toda a parte tem o seu todo
e um dia
elas se encontram por aí.
Dayana.
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