Falar em tempo
ocioso parece coisa do passado, mas tive a oportunidade de me
debruçar sobre ele. Neste momento as lembranças, as sensações e a
alegria do tempo de menina me fizeram sorrir e descansar por uns
instantes. Lembrei dos domingos em Minas, das histórias que só os
avós sabem contar, do sorvete de morango que eu amava e hoje já não
tem o mesmo sabor, do fim de domingo esperado ansiosamente só para
ver minha vó virar cambalhota e tentar me ensinar a fazer o mesmo …
e logo veio a saudade.
Saudade dos lugares
e dos tempos que não mais podem ser revisitados e revividos, das
pessoas que vem e vão tão depressa e que nunca deveriam ter ido,
das vozes que só existem no meu subconsciente, mas que naquele
momento pareciam tão perto.
Ao mesmo tempo,
senti uma gratidão imensa por um dia ter conhecido pessoas tão
incríveis e vivido momentos tão inesquecíveis.
Talvez o melhor
remédio da vida esteja nesse misto de confusão, desencontro, muita
gratidão e claro, um pouco de tempo ocioso.
Dayana.